A  meta mundial é de erradicar a pobreza extrema no mundo até 2030.

Para atingir essa meta, teremos que ter mais alimentos e para isso,  não será desmatando mais  e gerando monoculturas – que na sua grande maioria são usados para alimentar animais e depois comê-los – que irá resolver o problema, mas sim, umas das saídas a agricultura familiar. 

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Você pode encontrar muitas respostas a esta pergunta em Santa Catarina, onde 92% das propriedades rurais são consideradas pequenas (até 50 hectares).

Em Santa Catarina, uma aliança que se estende por três décadas entre o Governo do Estado e o Banco Mundial, resultou em experiências que podem ser replicadas em outros países em desenvolvimento.

Na fase atual, o programa rural Santa Catarina, que vai até junho 2017, beneficiando 40.000 pequenos agricultores, incluindo 4.800 índios e 1.300 jovens.

A avaliação do impacto recente revelou que em cinco anos, os rendimentos destes agricultores aumentaram 118%, enquanto os produtores rurais não beneficiados pelo programa aumentaram em 56%.

Então, como fazer da agricultura familiar uma ferramenta para combater a pobreza?

MAIS CONHECIMENTO


Com o que aprendeu durante oito meses em um curso para jovens agricultores, Adriano Heerdt conseguiu aumentar a produção de leite, reduzir custos, melhorar a pastagem e resolver alguns problemas de saúde de suas vacas.

A formação é uma mistura de atividades teóricas e práticas em campo, para trazer informações confiáveis para um público que nem sempre tem acesso à educação formal, ou Internet.

“Eu estive aplicando as técnicas que me foram ensinadas e tem dado muito certo. Hoje em dia, tento sempre melhorar a minha produção, pois é rentável”, disse Adriano.

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Informações sobre as melhores práticas, novas tecnologias e oportunidades no mercado hoje é a chave para que os agricultores familiares possam aumentar a receita e competir no mercado.

MAIS APOIO PARA JOVENS


Atualmente, cerca de 9,6 milhões de jovens entre 15 a 29 anos vivem da agricultura em 20 países da América Latina (2,3 milhões só no Brasil).

Esta cifra caiu 20% na última década, de acordo com o estudo Juventude Rural e Emprego Decente na América Latina, publicado este ano pela Organização da Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO).

O documento explica que, embora pareça ser um “fenômeno de jovens empresários rurais”, não é fácil viver da agricultura, devido a dificuldades de financiamento e infra-estrutura. Para enfrentar esses desafios, programas de aconselhamento e créditos para esse público são necessários, entre outros incentivos.

Foi precisamente por este apoio que Jaqueline Grapiglia de  25 anos, foi capaz de expandir os negócios da família. Através SC Rural (Santa Catarina Rural), seu pai conseguiu construir uma padaria em casa, o que encorajou os jovens a voltar para o campo.

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Formada em Administração de Empresas e pós-graduada em gestão estratégica, Jaqueline também fez o programa de empreendedorismo juvenil, que financia as melhores idéias desenvolvidas pelos alunos. Como projeto final, ela criou uma loja de produtos rurais e agora sonha em abrir um café.

MAIS TECNOLOGIA


Com tecnologias simples podem aumentar os investimentos, melhorar os produtos, e ter resultados em menos tempo, preservando assim a saúde dos agricultores.

Tudo isso ajuda aos grandes produtores para combater as alterações climáticas e economizar recursos naturais. Mas não há nada disponível (ainda) para a agricultura familiar.

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Portanto, Santa Catarina criou o Centro de Inovação para a Agricultura Familiar para reunir produtores rurais de start-ups locais e discutir como podem se inovar no campo.

Meu sonho é ver as pessoas usando a nossa tecnologia, que é nacional e nasceu na universidade“, disse Vitor Miranda, CEO da Q Prime Engenharia, com sede na Universidade Federal de Santa Catarina.

A empresa está adaptando aos pequenos agricultores uma máquina de secagem de alimento (utilizada para a erva-mate, por exemplo) que deixa o produto mais homogêneo e economiza energia.

“Normalmente é difícil acessar os agricultores rurais, porque eles estão espalhados por todo o estado, mas o programa Rural SC facilita este contato”, disse Miranda.

MAIS ACESSO AOS MERCADOS


Quando Andreia Colle e seu marido tiveram que fechar o aviário por não cumprir os requisitos para venda, encontraram no programa SC Rural a oportunidade de começar um empreendimento rentável.

Então, eles estruturaram e equiparam uma pequena indústria de produtos caseiros que agora vendem nos mercados locais e para os programas de alimentação escolar.

Nos últimos quatro anos, o casal também fez cursos que lhes ajudaram a encontrar o seu público-alvo, a produzir mais qualidade e gerir o negócio de forma mais profissional.

O próximo desafio de Colle é aumentar o número de pontos de venda, mas sem perder de vista o caráter tradicional dos produtos fabricados pela família.

Outra questão importante sobre a questão do acesso ao mercado é a infra-estrutura local para que os agricultores possam vender seus produtos mais facilmente. SC Rural também influenciou a melhoria de 400 km de estradas rurais, e as telecomunicações na região.

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