O 10 perfeito de Nadia Comaneci da Romênia em 1976 nas Olimpíadas de Montreal é de uma beleza indescritível.

A delicadeza nos movimentos, o perfeito alinhamento, a execução primordial, o controle mental e emocional e foco de suas séries mudou completamente o patamar da ginástica olímpica. 

Na competição qualificatória, realizada no dia 18 de julho, a romena executou nas paralelas assimétricas uma rotina arrojada, que agradou ao público.

No final da apresentação, após análise dos árbitros, o placar mostrou a nota 1.00. Em um primeiro momento, o ginásio ficara em silêncio, sem entender como aquela técnica poderia receber um score tão baixo.

Contudo, não se passou muito e logo percebeu-se a fragilidade dos placares: como um dez perfeito nunca havia sido atingido antes, não foram programados para registrar tal marca. Assim, pela primeira vez na história olímpica, uma ginasta recebia o chamado dez perfeito. 

No dia seguinte, durante a final por equipes, Nadia atingiu suas segunda e terceira notas dez ao executar o seu exercício na trave de equilíbrio e, novamente, nas barras assimétricas.

Ao final, apesar das notas alcançadas, a Romênia encerrou na segunda colocação. Ao lado das companheiras de equipes, Teodora Ungureanu, Mariana Constantin, Anca Grigoraş, Gabriela Truşca e Georgeta Gabor, Comăneci conquistou a medalha de prata, ao ser superada pela União Soviética de Ludmilla Tourischeva.

Em 21 de julho, na final do concurso geral, tirou sua terceira nota dez nas assimétricas, e sua segunda na trave, para conquistar a medalha de ouro na competição, após somar 79,275, 0,600 a frente da segunda colocada, Nellie Kim, em prova que reuniu um total de 36 ginastas, dentre as quais três eram da Romênia nas primeiras quinze posições.

Nas finais por aparelhos, sucedidas em 23 de julho de 1976, a atleta atingiu suas sexta e sétima notas dez, mais uma vez nas paralelas e na trave. Como resultado, conquistou mais duas medalhas de ouro.

Na trave, encerrou a frente da também soviética Olga Korbut, enquanto nas assimétricas superou a compatriota Ungureanu; no solo, encerrou na terceira colocação, atrás das soviéticas que havia superado dois dias antes, no individual geral; por fim, no salto, sem subir ao pódio, foi a quarta classificada em disputa vencida por Kim.

Assim, a ginasta encerrou sua primeira participação olímpica como a primeira romena a conquistar um all around em Olimpíadas e como a atleta mais jovem a vencer tal evento.

Hoje, este feito, mediante as novas regras estabelecidas pela Federação Internacional de Ginástica, tornou-se inviável de ser alcançado, pois a idade mínima – antes sendo de catorze anos – subiu para dezesseis e o dez perfeito foi dividido em notas A (de partida, chamada nota D de dificuldade) e B (de execução, chamada nota E). Wikipédia

Nadia Comaneci, of Romania, dismounts from the uneven parallel bars at the Olympic Games in Montreal Nadia-ComaneciNadia_comaneci nadia_comaneci2

Nadia Comanecci  

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