O Filme Ponto de Mutação baseado no livro de mesmo nome do escritor Fritjof Capra, traz um embate entre os pensamentos de uma física desiludida com os rumos que sua profissão tomou, um político bem sucedido nos USA que, no entanto, acaba de perder a eleição para presidente e por último um poeta que está recém-separado e se encontra na crise da meia-idade. É na discussão travada entre esses personagens que se desenrolará a história do filme.

Os diálogos são extremamente profundos e precisa de bastante atenção. O principal embate se dá entre Sonia e Jack, em que a primeira questiona a visão unilateral, cartesiana que atinge grande parte dos políticos, ou seja, uma visão de que para se alcançar a verdade de algo é necessário dividi-lo em partes e assim obter idéias claras e distintas, quando, na realidade, segundo a cientista, deve-se buscar uma visão unificada do todo, não basta a compreensão de uma parte, se o restante se mantiver incognoscível.

Como exemplo, pode ser citado o fato de que não adianta criar programas para uma vivencia mundial sustentável, se graças ao capitalismo selvagem os países subdesenvolvidos, irão ter que continuar sacrificando suas reservas naturais para que consigam liquidar suas dívidas.

O filme apresenta discussões relevantes que permeiam o mundo cientifico, só que o modo como os diálogos se conduzem apesar de exigirem uma atenção à mais, não se constitui em algo enfadonho. Todas as questões levantadas, suscitam naquele telespectador mais atento, uma série de questionamentos principalmente referentes aos rumos da ciência moderna.

Serve de exemplo – e é apenas um dos tantos – para se ter uma idéia do tamanho de problemas que cercam o mundo: fome, miséria, pobreza, crise energética, falta de água, epidemias, violência, poluição, perda da biodiversidade etc, etc e etc. São tantos que chegamos, diz Capra, à ponta do cume: é preciso a imediata e irreversível mudança de pensamentos e atitudes para que tais realidades sejam revertidas. Para ele, vale o que diz o I Ching, “ao término de um período de decadência, sobrevém o Ponto de Mutação” ( I CHING. China , dinastia Chou ( 1150 – 249 a.C.)

     

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