Estou impressionada com a rapidez e facilidade com que podemos desligar as partes mais amáveis ​​e compreensivas de nós mesmos quando estamos com medo.

Acho que isso é tão comum que é um tipo de não-ação mais reflexo do que escolha.

A doença é inevitável

Eu fui no supermercado com meu filho de 5 anos, na hora de pegar as frutas, tudo muito normal, até que ele espirrou (com o protocolo todo de espirrar no braço que foi ensinado na escola), imediatamente a senhora que pegava maçãs a 2 metros aproximadamente do meu filho correu (literalmente) até a menina do caixa para falar que devíamos sair do supermercado.

“Se não queremos ficar doentes, não devemos nascer no samsara”, Thubten Chodron

Ficar doente é parte integrante da primeira nobre verdade do Buda. Estamos no meio de vírus e infecções, o tempo todo.

A primeira das Quatro Nobres Verdades é conhecida como a Verdade do Sofrimento, o que pode parecer bem depressivo. Ao ouvir ou ler sobre isso muitas pessoas acabam desconsiderando o budismo como algo indevidamente pessimista.

A Primeira Verdade

Mas a mensagem essencial da Primeira Nobre Verdade é que a vida costuma interromper as coisas, causando mesmo entre os mais contentes surpresas momentâneas. Tais surpresas como a frustração de esperar numa fila na padaria ou simplesmente chegar atrasado em um compromisso ou experiências mais sutis e menos perceptíveis como as dores que vêm com a velhice — podem ser todas compreendidas como manifestações do sofrimento.

Considerava esta verdade simplesmente uma descrição da realidade. Por causa de X, fazemos Y. Mas outra compreensão é como um mecanismo de resposta que dilui a mente do medo e abre nossos corações de volta quando eles começam a se desligar.

Estou começando a ver a primeira nobre verdade como uma prática de compaixão, uma escolha acionável – uma abertura para, uma mudança na direção, uma sustentação.

Desde que estou em casa, não estou necessariamente me escondendo de notícias sobre o coronavírus, tenho lido rapidamente quase todo titular ou notificação que e isso me deixa ansiosa para ver como o número de infectados continuar aumentando diariamente, os mapas de como se espalha o vírus ficando mais escuros.

Eu entendo a mentalidade que levou ao pânico. Como eu não poderia? Eu estou exatamente igual eles. Mas abrir meu coração para aqueles que realmente têm as consequências desse surto não aumentara nem diminui minhas chances de suportá-los.

O Buda sabia – a doença surge. Causa sofrimento.

Nós nos adaptamos ou não.

Pegamos o coronavírus ou outra coisa.

Nós morremos, ou nos recuperamos.

Nenhum de nós está imune a essa realidade. É o que fazemos com isso que faz a diferença.

Como lidar?

-Comece se afastando das primeiras páginas e dos alertas telefônicos.

-Contate às pessoas importantes na sua vida (incluindo aquelas com as que voce não fala há muito tempo)

-Pare de imaginar cenários falsos.

-Se informe de uma fonte confiável uma vez por dia (de preferencia não imediatamente antes de dormir)

-Está tudo bem colocar você no primeiro lugar – pratique auto-cuidado.

-Separe o que voce pode controlar (lave as mãos, pratique distanciamento social) do que não pode ter controle (o que está acontecendo).

-Faça exercícios físicos em casa.

-Pratique meditação

-Pratique exercícios de respiração

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